O papel dos lipopolissacarídeos de origem bacteriana nas doenças do fígado

O papel dos lipopolissacarídeos de origem bacteriana nas doenças do fígadoOs cientistas que se dedicam ao estudo das doenças do fígado descobriram que há relação entre essas bactérias e os produtos intestinais. Em muitos casos, as bactérias patógenas que ficam alojadas no trato gastrointestinal de um indivíduo são do tipo Gram-negativas, cuja parede celular tem, entre outros componentes, lipopolissacarídeos.

Considera-se que uma pessoa com permeabilidade intestinal aumentada, síndrome também conhecida como intestino solto por seu nome em inglês: leaky gut, tenha maior possibilidade de que toxinas penetrem em seu organismo, e entre essas toxinas, os lipopolissacarídeos de origem bacteriana. Esta passagem de toxinas através do intestino poderia desencadear algumas das complicações mais graves dos pacientes com cirrose hepática, como é a peritonite bacteriana espontânea. Os doentes hepáticos não têm a mesma capacidade de desintoxicação que as pessoas saudáveis, e as bactérias que penetram pela parede intestinal não são reduzidas pela sua passagem pelo fígado, e assim podem causar entre outras complicações, a peritonite. As bactérias Gram-negativas (portadoras dos lipopolissacarídeos) são as que mais frequentemente são encontradas nesses casos, principalmente as enterobactérias.

O melhor método para controlar a cirrose em indivíduos com cirrose já avançada é ter um acompanhamento da endotoxemia do paciente. Embora seja difícil detectar a endotoxemia em amostras de sangue, até agora, o melhor ensaio que correlaciona as complicações e a mortalidade, devido à cirrose hepática com a endotoxemia, é o ensaio de LAL (Lisado de Amebócitos de Limulus). Foi só depois de 1980 que se pode constatar uma correlação entre os níveis de endotoxemia altos, quantificados pelo ensaio de LAL, e a cirrose hepática.

Não foram poucas as dificuldades que surgiram para realizar a determinação de endotoxinas bacterianas em amostras do plasma sanguíneo, porém o metodo LAL continua sendo o ensaio que permite fazer esta medição. Mesmo quando já haviam desenvolvido técnicas colorimétricas e se podia quantificar o nível de endotoxinas em outras amostras com resultados bastante confiáveis, era complexo fazer o ensaio com sangue, com uma boa reprodutibilidade. Os fatores que mais influenciam para se conseguir avaliações precisas da endotoxemia no sangue são o pré-tratamento da amostra, a forma de medir as curvas padrão para realizar a análise e a eliminação de interferentes presentes no plasma.

Com o teste de Limulus ES II da Wako, é possível determinar a presença de endotoxinas no sangue. Este ensaio é específico para endotoxinas e se baseia no método turbidimétrico. Se não é possível dar um resultado definitivo sobre a endotoxemia associada à cirrose hepática, pode-se utilizá-lo em laboratórios de pesquisa onde estão sendo estudados diferentes aspectos desta doença e a influência das endotoxinas na morbidez da mesma.

Com o teste Limulus ES II pode-se quantificar a quantidade de endotoxinas presentes em uma amostra de plasma sanguíneo. Estas medidas são feitas como método turbidimétrico cinético, sendo realizado com temperatura constante e com o uso de curva padrão, que deve ser obtida em cada ensaio, seguindo as orientações do fabricante. Este teste pode ser usado conectado ao equipamento Toxinometer® ET-6000, que é um sistema computarizado desenvolvido pela divisão LAL da Wako para quantificar as endotoxinas bacterianas presentes em diversas amostras.

Divisão LAL da Wako também possui outro tipo de teste projetado para ser usado nos poços das microplacas, o reagente PYROSTAR™ ES-F/Plate, que se baseia no mesmo princípio do teste Limulus ES II, de modo que o método de detecção continua a ser o método turbidimétrico. Em nenhum caso estes testes devem ser utilizados para análises clínicas, somente em laboratórios de pesquisa.

Bibliografia:

  1. Bellot P, Francés R, Such J., Liver Int., 33, 31–39, 2013.
  2. Campillo B, Richardet JP, Kheo T, Dupeyron C., Clin Infect Dis., 35, 1–10, 2002.
  3. Fulenwider, J. T., Sibley, C., Stein, S. F., Evatt, B., Nordlinger, B. M., Ivey, G. L., Gastroenterology, 78, 1001-1004, 1980.

OUTROS PRODUTOS LAL:

Teste de Limulus PS Wako BioClean® Series Limulus Color KY Series
Teste de Limulus PS Wako BioClean® Series Limulus Color KY Series